INSISTIR NA FISCALIZAÇÃO AJUDA A MANTER VIDAS

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010 Karine Winter



As estatísticas são desanimadoras. Mais de 34 mil brasileiros morrem, por ano, em acidentes de trânsito - uma morte a cada 260 veículos. Nesta contabilidade, o feriado prolongado de Carnaval costuma ser um dos principais agentes multiplicadores da tragédia. O problema ainda não é enfrentado de forma eficiente no país, tanto da parte dos governantes e autoridades do setor, quanto da parte dos próprios condutores de veículos automotores.

Ao avaliar o quadro expressivo de vítimas fatais e dos milhares de feridos nos acidentes de trânsito, o presidente da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), Moacyr Sevilha Duarte, conclui que o aumento da fiscalização sobre os motoristas e seus veículos e a modernização do Código Brasileiro de Trânsito (CTB) são imprescindíveis para reverter a situação. Baseado nos dados apurados nos dias de efetiva ação das Polícias e agentes de trânsito na aplicação da chamada Lei Seca, o presidente da ABCR constatou significativa queda no número de acidentes com mortes. N

as cidades e nas rodovias, sob forte controle policial, os óbitos reduziram em 50%. Nesse sentido, apontou o dirigente, também foi importante a participação da imprensa - que divulgou amplamente as apreensões e as penalidades infligidas. O trabalho dos meios de comunicação, segundo Duarte, colaborou para a conscientização e conseqüente redução de danos. Contudo, bastou afrouxar a fiscalização, para o volume desses acidentes voltar a crescer. Com propostas para o CTB, circula na Câmara federal um projeto de lei que traz importantes alterações quanto a infrações, penalidades, ingestão de álcool e outros aspectos. Se o Congresso fizer um trabalho criterioso - e o Executivo também -, normas mais rigorosas deverão ser incluídas no texto da lei. 

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) define que o acidente de trânsito é uma ocorrência que afeta diretamente o cidadão, a quem são impingidos aspectos relacionados com a morte, com a incapacitação física e perdas materiais, podendo provocar sérios comprometimentos de cunho psicológico, muitas vezes de difícil superação. Ou seja, o resultado de um acidente de trânsito pode mudar toda uma vida – ou várias. É procedente insistir em educação, consciência e aplicação das leis.

FONTE: Jornal Correio do Povo – 17/02/2010