CINTO DE SEGURANÇA NO BANCO DE TRÁS‏

quarta-feira, 25 de novembro de 2009 Karine Winter




Segundo dados do Detran do RJ, 80% das pessoas usam cinto no banco da frente. No banco de trás, apenas de 3% a 7% usam o equipamento. O coordenador de operações do Detran, major José Marcelo Moreira, disse que fiscalização será intensificada no feriado prolongado. A multa por não usar o cinto é de R$ 127,69 e será punido com cinco pontos na carteira. O uso obrigatório do cinto de segurança no assento traseiro dos carros, virou motivo de polêmica. O grau de eficiência do cinto abdominal não é consenso entre autoridades e médicos especialistas em tráfego. Há quem defenda que esse modelo do dispositivo seja abolido.

Estatísticas mostram que o uso do acessório — abdominal ou de três pontos — protege vítimas de acidentes. O cinto de três pontos, porém, teria eficácia 25% maior na redução de lesões fatais (32%, contra 18% do abdominal), segundo números levantados com o governo americano. No Brasil, dois terços dos acidentados tratados na Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação em 2008 não usavam qualquer um dos dispositivos. Esse um terço restante incluía atropelados e motociclistas. Ortopedistas alertam que o cinto abdominal só protege a bacia do passageiro, não o tronco e a cabeça, que são projetados para frente na mesma velocidade do veículo em caso de uma freada brusca. 

Segundo o diretor do Departamento de Medicina Ocupacional da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet), Dirceu Rodrigues, uma gestante pode ter o útero rompido ao ser espremido contra a coxa, levando até a morte da mulher. “Esse tipo de cinto não é indicado para ninguém, ele é um agente causal de lesões graves”, alerta Rodrigues. O Denatran afirma, no entanto, que não há intenção de substituir o dispositivo pelo de três pontos — cuja faixa diagonal deve passar por cima da clavícula. Ainda assim, pesquisa da Rede Sarah aponta que sentar no banco de trás sem qualquer tipo de cinto de segurança eleva em 4% o risco de morte do passageiro que está na frente.

Chefe do departamento de Ortopedia da UFRJ e responsável por campanhas da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, Sérgio Franco defende que, apesar de não ser ideal, o cinto abdominal evita que o passageiro seja jogado contra o para brisa. “O ideal seria o de três pontos, mas esse é melhor do que nada”, pondera, lembrando, porém, que o abdominal, por ser menos visível, dificulta a fiscalização. Motoristas que levam passageiros sem cinto de segurança no banco traseiro estão sujeitos a multa de R$ 127,69 e a perder cinco pontos na carteira de habilitação.