Nos últimos dias tenho me deparado
com situações no trânsito, que têm me feito pensar e repensar um pouco mais
sobre as nossas (inclusive as minhas obviamente) atitudes diárias.
De acordo com o site WIKIPEDIA “Um sujeito egoísta é aquele que acredita que
o mundo, inclusive as pessoas ao seu redor, foram criadas para ele e somente
para ele.”
Diversas atitudes nossas de cada
dia, me fazem ter a mais absoluta certeza de que somos seres extremamente
egoístas e egocentristas, já que fantasiamos e imaginamos que o mundo gira em torno de nós mesmos e
tomamos o eu como referência para todas as relações e fatos.
O egocentrismo é próprio da infância
e há controvérsia se o egoísmo é uma característica natural humana ou se é um
hábito adquirido, como um vício moral da pessoa. A pessoa egocêntrica é
também egoísta, no sentido de que não
consegue imaginar que não seja ela a prioridade no mundo em que vive. Com o
crescimento a criança passa da fase egocêntrica - onde tudo gira em torno de si
e para si - para uma atitude social e
interativa. Desta forma, o egoísmo seria a recusa da pessoa em deixar essa fase
infantil, lutando por manter viva a
fantasia do egocentrismo.
Observo a cada dia mais, a
dificuldade que temos em abandonar nossa fase infantil e egocêntrica, quando
nos negamos a aceitar que o trânsito é um espaço social, coletivo e
compartilhado.
Alguns agentes do trânsito – e hoje
em especial, me refiro aos condutores –
expressam atitudes e comportamentos de quem ainda permanece na fase infantil do
egocentrismo. Não percebem e não fazem questão de perceber, que precisamos
abrir mão de atitudes individuais, egoístas e mesquinhas, em detrimento de uma
convivência humanizada e harmoniosa nas vias públicas. Dirigem como se fossem as únicas pessoas a
circular pelas ruas. Mudam de faixa sem dar o sinal, esquecem que o pisca pisca
não é apenas um enfeite do veículo, param bruscamente antes da faixa, quando
deveriam reduzir com certa antecedência, param no meio da via para decidirem se
entrarão ou não na próxima rua... e por aí vai. Tudo isso feito com a maior
naturalidade, afinal de contas sentem-se seres-deuses circulantes.
Fico me questionando se em casa, quando crianças, não foram educados
por seus pais ou responsáveis, para dividirem seus brinquedos, seu lanche, suas
brincadeiras e, inclusive seus sentimentos.
Até quando iremos pautar nossas
atitudes no egoísmo e egocentrismo?
Está mais do que na hora de revermos
nossas posturas, afinal de contas quem nos dá o direito de vivermos como se
fossemos únicos e absolutos neste mundo?
Quando iremos perceber que a
convivência em sociedade exige esforço (nada que seja sobrenatural) de cada um
de nós, no sentido de compreendermos que respeitar o espaço do outro é
respeitar nosso próprio espaço?
Conviver numa sociedade onde existe
uma grande variedade de pessoas, grosseiras, amáveis, mal educadas, gentis,
truculentas, respeitosas... exige uma
grande dose de auto controle para evitarmos conflitos. Mas esse é o ônus de
convivermos com os pés sobre o mesmo chão. E, diga-se de passagem, este não é
um esforço impossível, você não acha? PENSE NISSO!
Autoria de: Karine Winter