PROFISSÃO INSTRUTOR

domingo, 29 de janeiro de 2012 Karine Winter

Costumo dizer aos meus alunos nos cursos de formação e atualização para Instrutor de Trânsito, Diretor Geral e Diretor de Ensino, que algumas profissões nos exigem uma dose extra de amor ao próximo, de doação e dedicação.  É fato que em qualquer área o profissional que executar suas tarefas e exercer suas atividades com amor, doação e dedicação estará muito mais apto ao sucesso do que aquele que na infelicidade ou na necessidade, optou por algo que não lhe agrade, se deparando todos os dias, com um trabalho no qual não encontra, nem realização nem satisfação.  Costumo afirmar que além de amar o que se faz, precisamos encontrar no exercício da profissão, um fator motivador para que busquemos a excelência, fazendo sempre o melhor. Caso não haja condições de fazermos o melhor, é fundamental pautar nossas ações para que cheguemos muito próximo disso.  Já diz o velho ditado que “o hábito faz a excelência”. Então, por que muitos de nós instrutores ensinamos aos nossos alunos as atitudes e os hábitos corretos, dentro dos preceitos da legislação de trânsito e das regras da boa convivência e não somos capazes de executar aquilo que ensinamos?  Oras! Se ensinamos aos nossos alunos, que o uso do cinto de segurança é obrigatório para todos os ocupantes do veículo – leia-se que inclusive no banco de trás – por que muitos de nós não exige o seu uso para os ocupantes do banco de trás, quando estamos em nosso carro particular? ”Faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço.” Por que não trabalhamos com afinco as questões que envolvem os valores básicos da vida, aqueles valores recebidos na tal “educação de berço”? - Não há tempo suficiente para isso, pois temos que ensinar tudo que está na apostila para que o aluno passe na prova do DETRAN. Esta é uma das respostas que tenho ouvido ultimamente. A outra é de que os jovens chegam na “auto escola” com vários vícios e com uma personalidade já formada e, consertar este jovem, não é tarefa fácil, nem é tarefa nossa. Somos além de instrutores, professores e educadores. Então não somos responsáveis pela educação desses jovens? Somos sim. Talvez não tenhamos condições de mudar o comportamento, nem de competir com tantos apelos disponíveis, que levam os jovens a terem atitudes equivocadas, mas não podemos deixar de fazer nossa parte. Se somos educadores, temos a obrigação de reforçar os valores e os preceitos éticos e morais, fundamentados no seio familiar. Não podemos nos eximir da responsabilidade de educadores.  Tanto numa sala de aula com 25 alunos, quanto numa aula de prática veicular, com apenas um, temos a obrigação de levar nossos alunos a uma reflexão sobre suas ações no trânsito e na vida. Mas só teremos habilidade para isso, se buscarmos sempre o melhor, tanto na vida pessoal, quanto na profissional. Portanto, ser instrutor requer uma boa dose de dedicação, de amor ao próximo e de doação. Afinal, não somos “santos” nem “mártires”,mas temos a obrigação de dar nosso exemplo no trânsito e, quem não ama o que faz, terá muitas dificuldades para dar e ser exemplo. Pense nisso!